Reles Reflexões Sobre o Tempo
Quando me indago sobre o tempo, inconscientemente reluto para a não compreensão do seu assombroso passar. Amedronta em diferentes ritmos: rápido, devagar, de forma simultânea e indefinidamente — até o momento em que passar ou para sempre.
Para onde corro nessas horas em que o caminhar do momento parece rápido demais — e os rastros deixados me anseiam por demais???
E se busco na ciência, na filosofia e na religiosidade? Por que busco?? Por que tento???
Para o conforto do saber. Apenas.
Nenhum Heidegger teria a capacidade, muito menos a obrigação de definir para mim o tempo na forma que ele é na exatidão de minhas intenções de senti-lo. Esta definição é aquela que só importa a mim. E ao mesmo tempo não importa. Pois perante a frágil e incessante ilusão de que isto me acalmaria, se encontra sua pretensão em si — forma da qual só entenderia em outra perspectiva. Talvez na morte? Ainda assim, seria incapaz de senti-la!
Desisto dessa questão mas ainda tento resolve-lá, no mais emplacar dos desesperos, até me recompor e observar minhas diferenças diante desse cenário eterno no qual se ambienta esse drama — todos desistem antes do tempo.
Não irei alcançar. Nem retornarei. Ficarei onde tenho que estar: sendo parte do tempo. Assim exaustivamente acendendo e apagando questões que não foram feitas para serem resolvidas. E só no último folego estarei pronto para nunca mais proclamar perguntas indiferentes e valiosas.
Por que penso?